terça-feira, 24 de julho de 2018

Quando regressas...

É quase estranho regressar ao fim de tanto tempo e fazer post num telemóvel em vez do meu velho e companheiro computador.Mais estranho é reparar que ja se passaram anos desde o ultimo post que aqui fiz. Tive de os reler. Causaram-me uma sonora gargalhada que soltei sem qualquer medo. Talvez hoje seja um cinico e um hipócrita e pouco mais que isso. Ha 7 anos atras acreditava em historias de amor de faca e alguidar,hoje nem sei sequer se acredito nele. Acredito na afinidade, na habituação,na compreensão,na amizade e na quimica sexual. No amor,nao. Talvez porque para mim ele era algo superior que so estava reservado as almas que o mereciam. Talvez ele realmente continue a existir nas pequenas coisas que eu ja nao consigo ver e por isso seja para mim como o meu reflexo : inexistente.

segunda-feira, 15 de julho de 2013

9 meses e um dia depois

Sinto a tua falta.

O meu pensamento enche-se de ti, que transbordas para o meu coração. O teu calor conforta-o e falo bater num compasso que só tu conheces. A melodia ecoa pela minha alma e dá-lhe a força que ela precisa para se manter viva.

Sinto a tua falta.

Vagueio por passados e presentes, entre redes sociais, emails e conversas, passando para os bilhetes que, em jeito de tempos de escola, trocamos entre nós quando estamos juntos. Vejo as fotos, revejo os momentos, anseio por os repetir e por criar novos e melhores ou tão bons como todos os outros.

Sinto a tua falta.

Vejo-te tornar cada vez mais forte dentro da fragilidade que te é tão caracteristica e pela qual os meus olhos brilham e que  os meus braços anseiam proteger. Vejo-te lutar e conseguires os teus desejos e sinto o meu sempre presente orgulho em ti crescer cada vez mais, inundado pela honra que é estar ao teu lado.

Sinto a tua falta.

Completas-me, acolhes-me, cuidas de mim,entregas-te sem reservas. Com um sorriso quebras todas as minhas barreiras, com um abraço remetes-me ao silencio do meu amor (que fala mais alto quando nada diz), com um olhar pões a descoberto um sorriso que só a ti pertence.

Sinto a tua falta e, enquanto não chegas, resta-me esperar que sintas a minha também.

domingo, 14 de outubro de 2012

Untitled


Por vezes gostava de entender o que me vai dentro. O ser humano com as suas complicações, desejos e emoções que o tornam volátil e incapaz. Momentos de paralesia retratados numa lágrima presa num olhar vazio. A dor que massacra devagar e acorda o nada que sou.
O silencio da madrugada apela aos meus sentidos alimentados por paranoias existenciais e constatações do concreto. O massacre que me vai dentro deixa-me sem ar. 360 horas de lágrimas e de forças perdidas em troca de 24h aparentemente celestiais. O que faz um olhar desejado, um beijo que nos prende, um sorriso que nos mantem cativos...
Tudo está bem quando acaba bem – dizem eles, os outros, os que se enganam, os que tapam a luz do sol mas aproveitam-se do seu calor. Onde estou, o sol esconde-se,é inverno todo o ano. É lá que ficam os que nada têm a não ser as esmolas que lhes dão.
Tentei ser bom. O alcool apela-me mais que muito. Resisto-lhe. Queria beber até morrer – entenda-se chegar ao coma – e ressuscitar sem memórias. Massacro-me. Sou estupido. Devia sentir-me um vencedor e ao invés sinto-me uma real m***. Acho que há uma parte de mim que continua o teatro da vida, mas este actor já há muito que deixou de saber as suas deixas.
Gostava de ser como toda a gente. Não sendo, devia estar orgulhoso da minha diferença.Mas quando se sabe que o mundo nos espera e nós não vamos aparecer, a dor instala-se como inquilino permanente que por vezes sai para ir de férias mas vai sempre acabar por voltar.
Sou um colecionador de histórias, e trago o meu fado embrulhado nas entranhas com palavras como nunca e jamais. Por essa razão devia estar proíbido de ter emoções. Fiz loucuras, quebrei barreiras, lutei até que o suor me escorresse de todos os poros, dei sangue e lágrimas a quem as quis, sendo que quem mos pediu deixou-os em mim ou cuspiu-lhe em cima. Há muito sem uma capacidade de regeneração rápida, as feridas sangram mais do que deviam, e ficam abertas mais tempo do que é suposto.E esta dor não me larga...
Há dias em que me canso de ser bom. Sinto vontade de desaparecer durante meses e voltar quando estivesse de novo “novo”. Mas as forças falham-me e o coração prende-me com correntes das quais não me consigo libertar ( e não quero). Arrasto comigo os que comigo se dão em passo de marcha funebre inacabada. Como eu gostava! Jantares, cafés, aniversários, fotos em eventos sociais. Poder estar em todos eles mas não ser visivel, quando quero mostrar ao mundo o que ele me pede, custa. Faço-me de durão mas a verdade é que me custa, e não é pouco.Ser incógnito quando toda a gente grita o teu nome e te aplaude é uma ferida que não sara.
E com isto,tudo o resto. Ninguém vai apanhar um avião numa loucura para vir ter comigo, ninguém vai tirar fotos comigo e com os resto das pessoas, ninguém me vai fazer surpresas inesperadas, ninguém vai fazer nada. E eu, de forma a sentir algum conforto, faço minha a missão de fazer os outros felizes. Mas tudo acaba.
A quem mais amo dou bocados repetidos de um sem numero de histórias que pela vida lhe passaram. Nada de novo. Se ao menos fosse capaz de lhe dar um momento unico... mas não tenho como. Enquanto isso, no marasmo de rotinas repetidas, outras palavras a encantaram, outros olhares e toques a fizeram vibrar. Se te perguntas o que teria acontecido se ele fosse diferente, eu respondo: tu estarias com ele a viver as tuas aventuras, os teus momentos, sem prisões, sem compromissos, livre.Mas ele não era o que esperavas. Outro será. As histórias inacabadas tendem a repetir-se.
Sinto-me a fechar, como se, a passo lento, estivesse a regressar à minha toca. Não sinto medo, sinto certezas assustadoras que rogo para serem apenas ideias estapafúrdias das minha mente perturbada e por isso entro em modo de defesa. Mas a dor persiste.
Eu não escolhi isto. Não escolhi o meu fim. Nem o meu recomeço. E lamento não ser mais.


segunda-feira, 2 de julho de 2012

Aprendizagem divina


"Sem pecado, nada de sexualidade, e sem sexualidade, nada de História." (Soren Kierkgaard)

(caricatura fantasticamente concebida por M.)

Principios

No 2º dia de Julho, durante a manhã, e sem que fizesse qualquer questão, falaram-me de principios. E eu ouvi com a atenção que lhes era devida.

M., 28 anos : "  Quando conheci o meu actual namorado achei que ele era a coisa mais arrogante do mundo. Conhecemos-nos num café, apresentados por uma amiga comum, e assim que ela o chamou para nossa mesa eu disse " Eu vim para aqui para tomar café não vim para levar com ele". Era altivo, tinha a mania, olhava para as pessoa de cima a baixo. Naquele café entendi que havia mais para além disso, mas ainda demorei um ano até me assumir apaixonada por ele. Neste momento, já estamos juntos há um ano e é para continuar. E sim, ele é arrogante e altivo, eu não estava enganada."

M., 26 anos : " Vivo com o meu namorado com quem estou há 3 anos e é a pessoa de quem mais gosto no mundo. Conhecemos-nos no autocarro. Ele meteu conversa comigo. "Já nos conhecemos?" disse-me ele, e eu respondi-lhe de forma arrogante e desconfiada "Não.". Ele apresentou-se, falamos durante a viagem. No dia a seguir começamos a namorar. Até hoje e é para continuar."

A., 23 anos :" Vivo com o meu namorado. Apaixonei-me por ele porque falávamos, porque comunicávamos e porque ele acreditava em mim e apoiava-me. Já estamos juntos há uns aninhos (sorriso) e é para continuar."

A.B.,26 anos : "Apaixonei-me como se não houvesse amanhã e vivi o meu namoro sempre com certezas de que queria casar com ele. Há um ano cumpri esse sonho - um sonho que era dos 2. Até hoje não sinto qualquer arrependimento e o próximo passo é ter filhos. E cá estamos, até hoje e é para continuar."

Quatro histórias, quatro mulheres, quatro percursos de vida diferentes. 
Diferentes principios. 
O mesmo fim.